Qual a sensação de pular de um avião a 12 mil pés?

“vocês vão encontrar prazer no desconforto e sorrir diante da loucura que os faz ser corajosos e corajosas.”

Desde muito jovem, sempre fiz listas de coisas que queria realizar antes de determinada idade, antes de morrer ou simplesmente enquanto estou viva, e pular de paraquedas era um dos itens que sempre esteve presente. Por diversos motivos, nunca consegui concretizar esse desejo antes, mas este ano pareceu o momento certo para ter essa experiência.

Eu não tenho medo de altura, mas sempre imaginei que sentiria muito medo, medo de morrer, de cair (afinal, eu estava literalmente prestes a saltar…). Além disso, estava em uma fase meio difícil da minha vida e, antes do dia do salto, fiquei receosa de não conseguir aproveitar ao máximo o momento por conta da minha energia estar baixa. Mas o universo realmente cumpre suas promessas, e só de entrar no avião com outras pessoas que também tiveram a coragem de fazer o mesmo, com ou sem medo, minha energia já se elevou consideravelmente.

Um fato interessante sobre pular de paraquedas é que você sobe até uma certa altura, acima de 12 mil pés (equivalente a cerca de 3.600 metros), em um avião sem portas (isso mesmo, há um buraco aberto no avião o tempo todo) e sem bancos (ficamos sentados no chão da aeronave em uma posição específica). Só isso já foi uma experiência incrível para mim, sem mencionar o fato de termos sobrevoado a cidade de Manaus e arredores, apreciando a linda paisagem da minha região.

Durante todo o percurso até alcançarmos a altura ideal (o avião só podia subir mais depois que saísse da área da cidade, então foi subindo sobre o rio), eu me perguntava se o medo não iria aparecer, se sentiria aquele friozinho na barriga, o desespero. E, surpreendentemente, percebi que não, não senti medo, nem frio na barriga, apenas uma felicidade absurda. Antes de voar, recebi algumas instruções sobre o salto, e uma delas foi “lembre-se de respirar”, pois temos a tendência de prender a respiração toda vez que “mergulhamos”. Talvez eu realmente tenha esquecido de respirar, mas precisava expressar de alguma forma a emoção que estava sentindo, então gritei e sorri o tempo todo.

Pular de um avião a 12 mil pés de altura me mostrou o quanto sou corajosa e apaixonada por viver e aproveitar todas as oportunidades que a vida me oferece para mostrar como ela é bela, única e maravilhosa. Cair em queda livre foi inexplicável (vale ressaltar que me senti muito segura com o meu instrutor o tempo todo), e sobrevoar a cidade com o paraquedas foi ainda mais incrível. Sinceramente, viver é lindo, e eu recomendo a todos, tanto os que têm medo quanto os que não têm: permitam-se saltar de um avião a 12 mil pés de altura, com a total confiança de que vocês vão encontrar prazer no desconforto e sorrir diante da loucura que os faz ser corajosos e corajosas.

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